Desapropriação próxima ao Porto de Campinho abre polêmica entre moradores
73 hectares nas imediações do porto de Campinho no município de Marau vão ser desapropriados conforme processo que tramita na Justiça Federal. De acordo co informações obtidas pela reportagem do Jornal Bahia Online, a medida atinge 549 moradores identificados em 60 residências, cinco comércios, duas igrejas evangélicas, a escola e o posto de saúde municipais, a sede própria da Associação de Nativos e Amigos do Campinho (Anac). Até agora, eles garantem, não há transparência no processo e informações sobre os reais motivos da medida não chegam aos moradores da área, considerada de alta valorização imobiliária em uma das regiões mais bonitas da Bahia.
Segundo um morador nativo ouvido pelo JBO, tudo começou quando do projeto “Ponte de Brasília”, na baía de Camamu, município de Maraú, uma área de cerca de 9 hectares foi comprada pela Codeba junto a Jaci Brito, então proprietário da Fazenda Canário. “Consta que desta desapropriação foi paga apenas a primeira parcela, a obra iniciada não vingou e foi abandonada. O antigo dono teria pedido reintegração de posse, ganhou na Justiça de Maraú, ocupou os imóveis construídos para apoio da "grande" obra mas a Codeba recorreu”, relata. O problema começou a ganhar novos contornos a partir do momento que o antigo proprietário sofereu um AVC e entrou em vida vegetativa. “O processo correu solto e foi esquecido. A área em questão já vinha sendo ocupada por invasores, nativos, pescadores, que construíram residências e de lá para cá têm posse mansa e pacífica. Outras invasões ocorreram com o passar dos anos”, afirma o morador.
De um tempo para cá – continua - recomeçaram a surgir novas especulações a respeito do destino da área. A primeira versão é de que uma nova cessão teria sido feita tendo como contrapartida a urbanização da região. A outra é da existência de um grande grupo empresarial, que estaria buscando a cessão da área para a construção de um complexo náutico. Os moradores não sabem, de fato, o que está ocorrendo, assegura. Um oficial de justiça já foi ao local medir a área desapropriada pela Codeba e determinou um prazo de 3o dias para a desocupação. “Há gente grande interessada nisso, não tenho dúvida. Só precisamos saber a quem, de fato, essa desapropriação interessa”, acusa o nativo.